Revista Auditório #1 e Repensando Música

Na edição de estréia, da Revista Auditório #1, o compositor e cantor Lenine traz a noção de solitários da música brasileira, em entrevista, e o violonista e crítico musical Sidney Molina defende o entendimento do lugar da música clássica hoje naquilo definido como situação de performance. Já o crítico Guilherme Wisnik mergulha na relação entre arquitetura e música. O escritor Paulo Lins narra uma biografia ficcional de Ismael Silva, o poeta beat Allen Gisberg sugestivas interpretações sobre as relações entre o corpo e a criação no mundo pop (Lenon & Yoko) e o vanguardista novaiorquino Dan Graham trata do radicalismo da postura feminina na masculina cena pós-punk. O mundo das imagens, do material com conexão direta ao imaterial, aparece na revista nas formas abstratas das fotografias de Martin Ogolter e das provocadoras intervenções da artista plástica Tatiana Blass.A materialidade da música se revela nas questões econômicas e políticas desenvolvidas pelo economista francês Jacques Atalli, relativizando a indústria da música num mundo impactado pelas transformações tecnológicas, enquanto, o professor de estudos jurídicos da universidade de Harvard, Yochai Benckler, faz apontamentos sobre as novas estratégias desenvolvidas por artistas, como, por exemplo, fazer do fã um parceiro no financiamento e na criação de seu trabalho.

Repensando a Música Como parte do primeiro número da Revista Auditório, a edição especial Repensando Música agrupa artigos relacionados a questões discutidas no Rethink Music, conferência que reuniu os mais importantes pensadores das áreas do direito, economia e política, realizada pelo Berklee College of Music e Marché International du Disque et de lEdition Musicale. Na ocasião, em abril de 2011, o ambiente legal, político e econômico da música no mundo digital foi o grande tema do encontro. A amplitude e a qualidade dessas discussões chamaram a atenção do Centro de Estudos do Auditório Ibirapuera, que, ao traduzir os textos para o português, espera acrescentar novos elementos às discussões sobre os temas que já debatemos.